Vontade de Empreender
Há 28 anos, Carlos Alberto Guttilla, de 48 anos, trabalha na mesma empresa de tecnologia.
Com o passar do tempo, a vontade de empreender foi falando mais alto. Mas, ao mesmo tempo, o engenheiro não queria largar a segurança e a estabilidade de seu emprego.
O que fazer? O caminho para conciliar os dois desejos foi investir em uma franquia da rede Big X-Picanha, em São Paulo.
Para dar conta da jornada dupla, conta com a ajuda da esposa e sócia, a psicóloga Daniela Macedo Guttilla, de 40 anos, além de uma equipe de confiança.
“É importante escolher a franquia certa, já que existem operações que precisam mais da presença física.
O sucesso também depende da flexibilidade da sua atividade principal.
Quem tem um emprego com horário de entrada e saída terá limitações, por exemplo”, conta Guttilla.
Investindo em Franquias
Assim como ele, vários outros empreendedores conseguem conciliar um emprego e uma franquia.
A tarefa, no entanto, é arriscada e não funciona para todo mundo.
“É preciso ter disposição e força de vontade.
A jornada provavelmente será de até 16 horas por dia.
Esteja preparado para ralar muito, inclusive aos finais de semana”, diz Marcelo Pimenta, professor da pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Antes de se preparar, é preciso avaliar se a franquia escolhida permite esta vida dupla.
Algumas redes entendem que sem a presença constante do franqueado o negócio não prospera.
“A ausência do dono pode aumentar o risco de possíveis fraudes e falhas de operação e atendimento”, explica Edison Kalaf, professor do Master Empreendedorismo & Novos Negócios da Business School São Paulo (BSP).
Primeiros Passos
O primeiro passo para quem encara o desafio é passar pela fase crítica de implantação da franquia.
Os primeiros meses de operação são delicados e costumam exigir a presença constante do empreendedor.
“Uma empresa é praticamente como um ser vivo e quando nasce é muito frágil.
O ambiente é bastante hostil exigindo uma grande energia para montar o escritório, contratar e treinar funcionários, controlar inadimplência, entre outras questões operacionais”, afirma Kalaf.
Ter um parceiro de confiança que possa ajudá-lo nesta etapa, como no caso de Guttilla, faz toda a diferença.
Pode ser um sócio ou um gerente muito bem preparado, dependendo do perfil do negócio.
Vale lembrar que, neste caso, o lucro individual tende a ser menor, já que o bolo será dividido.
Quem opta por esse caminho também precisa aprender a fazer uma boa gestão de tempo e da própria saúde.
“Quem não tem disciplina para fazer exercícios, ter uma alimentação saudável e um sono tranquilo dificilmente consegue enfrentar esse desafio”, diz Pimenta.
O cuidado com a administração também deve ser redobrado.
“O franqueado deverá dispor de tempo para verificar junto ao gerente o que precisa ser melhorado e conferir os resultados financeiros da empresa com frequência”, diz Kalaf.
Ganhando Experiência
Apesar dos obstáculos, existem também vantagens em manter as duas atividades.
Com experiências complementares, o empreendedor pode ter um melhor desempenho tanto no negócio quanto no emprego.
“É como não colocar todos os ovos na mesma cesta, ou seja, se a franquia não vai bem, o sustento da família está garantido com o emprego.
Além disso, o conhecimento que ele adquire no comando do negócio pode ser útil no trabalho e vice-versa”, diz o professor da ESPM.